Diário-Gráfico, 2010-2015.
Caderno moleskine (A6) com 54 fotografias e um diapositivo (prova única).
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§ O livro
Ali deu-se o batimento
– entre o aparecer e o desaparecer –
de uma figura em escuta.
O livro acolheu esta experiência de uma auscultação e, também, da perseguição de um ritmo.
Na duração em que se captou o movimento das imagens, sempre no mesmo lugar, olhando a Natureza, procurou-se – precisamente e simultaneamente – o mesmo e a surpresa.
Houve uma intensidade vivida
em cada viagem, em cada imagem,
ambas momentos de nascimento e de petrificação jacente
(na suspensão irreparável, que não é só fotográfica).
A vida deu-se (e dá-se) na margem de um rio.
Não começaremos sempre por escrever nas margens de um outro livro,
à margem dos dias?